Gedtte

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

O menino de Aningas







O MENINO DE ANINGAS.



Amanhecia naquele pequeno vilarejo, conhecido como Aningas. Os raios do sol vinham iluminando as janelas, e murais daquela casinha simples onde passei minha infância simples, mais cheia de imaginações. Aos poucos se ouviam movimentos passos e gritos dos trabalhadores rurais, os animais se arrebanhando, minha mãe ordenhando as vacas para tirar o leite. Meu pai já de pé, gritando meus irmãos mais velhos. Vamos para o trabalho, depressa. E todos seguiam sonolentos. Eu ainda era pequeno para a lavoura, então podia ficar para ajudar minha mãe com pequenos recados ali por perto. Assim seguia meu dia com muitas coisas para imaginar como sempre.
Lembro-me da minha pouca idade e de minha cabeça, sempre sonhando com as Nuvens. Era bem cedo ainda, podia sentir-se a leve brisa, um sol ainda brando, e lá já estava eu olhando para o Céu, caderninho nas mãos, atento a tudo. Cada novo desenho ou forma, que as nuvens formassem em seus branquinhos flocos, me fascinavam, eu ia anotando tudo, de olhos bem atentos. Encantava-me ver os floquinhos de algodão doce se formar e por vezes se dissipavam rapidamente, montando novas formas, dessa vez, caretas horrendas por entre a espessa nuvem que se movimentava no Céu. Tudo para mim era mágico, e continuava anotando tudo em meu velho caderno. Era uma espécie de diário das coisas boas ou ruins que eu percebia e naquele caderninho eu anotava tudo e sonhava... Naquele bailado de nuvens eu contemplava e sonhava de olhos abertos, dando mais formas aos fiapinhos de nuvens mutantes. Tão absorto eu estava que, não escutara minha mãe chamando-me para dentro de casa. Estava começando uma chuva, ela gritou! Mais, olhei la para o Céu, vi que ainda eu teria um tempinho para minha espiadela.
No alto, vi que as nuvens agora mudaram de cor. Estavam escuras, muito baixas, bem próximas da terra. Espere aí mamãe, disse-lhe em voz apressada, anotando os mágicos efeitos das nuvens, já se embaralhando e bem pertinho agora. Perguntei ao meu pai o porquê dessa mudança, a proximidade que estavam as nuvens agora; Ele respondeu-me que as nuvens desciam na terra para beberem água e retornavam mais tarde ao Céu, levando abundante reserva para mais tarde, regarem a terra seca, as plantas e encherem os rios.
Bom: Ele parecia ter um pouco de razão pensei em minha cabeça sonhadora.
Mais então porque as nuvens se transformavam em tantos personagens, falei pelo canto da boca. Temia que eu já tivesse feito bastantes perguntas, por isso apenas resmunguei. Percebi que minha mãe estava me olhando com admiração pela minha pergunta inocente mais, curiosa. Como que para não estrangular meus doces sonhos de menino, eles não me reprovavam em minha imaginação fértil. Apenas sorriam e me diziam que estava na hora de dormir e de eu ir sonhar com minhas nuvens misteriosas. Fui para meu quarto pensar mais um pouco, era como um banquete farto para mim as nuvens. Pensei... Qual a última figura que estaria agora lá no Céu... Não resisti minha curiosidade e fui olhar pela janela. Então eu vi algo resplendoroso para complementar minhas viagens ao mundo puro e Celestial, em que eu vivia. Nas nuvens estava agora a imagem um lindo anjo Querubim, com asas enormes e douradas. Ele estava sorrindo lá do alto dos Céus em uma espessa nuvem para mim. Então suspirei de contentamento rezei e fechei meus olhos para dormir e sonhar em meu recanto feliz cheio de imaginação e inocência.Minha cabeça vivia sempre bem lá nas Nuvens!
Claro que infelizmente despertei desse sonho. Eu estava dormindo entre um intervalo e outro de trabalho.
Ufa! Que sonho! Tive sorte, pois agarrei-me forte em minhas "nuvenzinhas de algodão doce!" Acordei...


Goretti Albuquerque.

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